segunda-feira, janeiro 31, 2005

Uns perdem, outros ganham. Eu perco e perco, distribuição errada.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Telefonema

Por esses dias chorei um bocado pensando que essa história de ter amigo psicólogo sobe a cabeça das pessoas. Ninguém me escuta, só querem que eu ouça e solucione problemas.
Depois da crise, quando já estava me sentindo melhor, me liga uma amiga:
Amiga: Oi, tudo bem?
Eu em uma situação teste: Não
Amiga: Fiz uma obturação. Bláblábláblá...
Ou seja, ela não me ouviu.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Meu domingo

"Como disse Thoreau, sempre que procuramos solidão, os outros nos arrancam dela 'e nos obrigam a entrar para a companhia desesperada da qual fazem parte'. Assim, para poder-se retirar, o indivíduo precisa fazer crer que não é ele que está se retirando, que a retirada está acontecendo, e que ele nada pode fazer. Em outras palavras, ele precisará perder o juízo e ficar insano" (Watts, Alan W. Psicoterapia oriental e ocidental. Ed. Record)
Nesse tempo de formaturas, de despedidas, é impossível para mim não sentir náusea das manifestações de afeto de alguns. Penso que esse é um recurso para se sentir especial, único, mas tal recurso implica na exclusão do diferente. Isso me incomoda porque nesse caso o excluído sou eu. Aí pego um livro pra ler, daqueles que comprei e nunca passei das primeiras 50 páginas, e encontro:
"Toda classificação parece pedir uma divisão do mundo. Existindo uma classe, existe o que está dentro e o que está fora dela. Dentro e fora, sim e não, excluem explicitamente um ao outro. São formalmente opostos, como o grupo A e o grupo B seu inimigo, o bom e o mau, a virtude e o vício. A separação entre eles parece tão nítida como a separação entre um sólido e um espaço, uma figura e o fundo que a destaca. Por conseguinte, a separação, a diferença, é o que notamos; ela preenche a notação de linguagem, e sendo notada e explícita é consciente e irreprimida. Mas existe também algo despercebido e ignorado, que não preenche a notação de linguagem e que, sendo implícito e não notado, é inconsciente e reprimido. É que o 'dentro' e o 'fora' da classe existem juntos, e um não pode passar sem o outro. 'Ser e não ser acontecem mutuamente'. Por baixo da disputa está a amizade; por baixo do sério está o frívolo; por baixo da separação entre o indivíduo e o mundo está o padrão de campo. Nesse padrão cada pressão de dentro é ao mesmo tempo uma retração de fora, cada explosão uma implosão, cada concavidade uma convexão. Surgindo mútua e simultaneamente de maneira a não se poder dizer de que lado de uma fronteira começa um movimento. O indivíduo não atua sobre o mundo mais do que o mundo atua sobre o indivíduo. Causa e efeito ficam sendo partes integrantes do mesmo acontecimento."

Obs. Esse post tinha um ótimo título, pequenininho e econômico, mas colocá-lo me deixaria muito vulnerável. D* tem razão: nem todo mundo pode ouvir o que temos a dizer.

domingo, janeiro 23, 2005

Eu quero um cabelo novo.