sábado, setembro 30, 2006

Sonho



Fui para o dois de fevereiro com o menino da malhação. Era em Salvador, mas não era no Rio Vermelho. Passávamos por um lugar tipo a Garibaldi e uma galera de branco se jogava no carro pedindo carona.
Aí chegamos no lugar que parecia com a ladeirinha de Boipeba. Eu ficava na maior agarração com esse cara. No sonho eu tinha namorado e não conseguia me lembrar se ele tinha “permitido” ou não essa ficada, mas tinha decidido cair na putaria e só pensar no outro dia na história.
Aí nessa ladeirinha tinha algo que lembrava a fonte do Dois de Julho. E no alto dessa fonte tinha um banquinho e sentamos eu, LB, R, o menino de malhação e outros desconhecidos. Conversava sobre algum assunto com o menino da malhação e R, que estava deitado bem perto do banco, falou que sabia o quanto eu sentia a sua falta, mas que ele não concordava com isso e já havia me alertado várias vezes para que eu deixe de andar com os mesmos amigos sempre. Ele usou a expressão “andar de galera”. Falou da necessidade de renovação, da busca pela liberdade e do desafio de se relacionar com o novo sempre. Admiti a falta que sentia e expliquei-lhe que gostava dessas pessoas, me sentia feliz compartilhando minha vida com elas, além de exercitar a tolerância, pois depois de rumos tão diferentes ainda os admirava como no principio. Dei até o exemplo de S. O que ele falou reverberou forte em mim e tive também a esperança que ele entendesse minha posição e quem sabe voltássemos a conviver. R falou alguma coisa sobre “nós que trabalhamos com movimentos sociai”s e fiquei curiosa pra saber que diabos ele fazia, achava que havia se formado em publicidade. Nesse momento ele pegou um sax, disse que na sua banda tocava percussão doida e sax. Fazia movimentos com o instrumento como se estivesse tocando, porém não saia som algum. Vi que tinha uma aliança de noivado, tive vontade de perguntar quem era e novamente senti sua falta. Chegou um homem moreno de tiara e cabelinho cacheados com uma guitarra. LB me explica, cheio de admiração, que a banda de R mudou para Rocken e que aquele era não sei quem, apelido de Kika, o grande guitarrista. Chegou outro menino e sentou no chão em minha frente com um instrumento que parecia uma mistura de tamborete com vaso de planta. Era o percussionista e tinha a maior cara de boliviano. LB me explicou algo que não entendi direito sobre o constrangimento que eles sentiam chamando Kika de meu querido num show. É que o cara tava lá e ouviu. Percebi que a banda dele estava realmente crescendo e melhorando. Me senti grata por tê-lo encontrado.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Menina do Subúrbio (1976)

Trabalhou o dia inteiro
Sem tempo pra sonhar
A menina do subúrbio
Espera encontrar
O seu príncipe encantado
E entregar seu coração
E faria qualquer coisa
Pela sua ilusão
Faria qualquer coisa
Pela sua ilusão

Quando alguém se oferece
Para em casa a levar
Ela diz que tem seu carro
Para não se preocupar
Pois não quer que ninguém saiba
Que ela mora muito além
Finge que não quer carona
E vai pegar o trem
Finge que não quer carona
E vai pegar o trem

Lê as colunas sociais
Sonha com seu nome nos jornais
Espera um convite para ser atriz
E pede a Deus para ser feliz
Lê as colunas sociais
Sonha com seu nome nos jornais
Espera um convite para ser atriz
E pede a Deus para ser feliz

Ouve música estrangeira
Sentada na janela
Não entende uma palavra
Mas pensa que é pra ela
Finge que é importante
Pras meninas lá da rua
E não vê que no subúrbio
A vida continua
E não vê que no subúrbio
A vida continua
(não sei de quem é o clássico)

Sabiam que eu posso curar criancinhas só com o olhar? Sou santa, nega!

segunda-feira, setembro 25, 2006

Eu sei que tenho alguns especialíssimos amigos. Sei o quanto isso é raro e me sinto feliz com o fato. Principalmente por ser alguém tão calada e estranha, sou grata pelo tempo que essa galera gasta comigo e me ouve e me diverte e me escuta. Hoje fui escrever pra um deles, pelo maldito Orkut, e encontrei a amiga que perdi. E, claro, entrei na página dela. E, mais claro ainda, as suspeitas se confirmaram. E agora estou aqui com vontade de chorar, com frio na barriga, sem saber o que fazer. Racionalmente eu sei que deveria esquecê-la. Fofocas ou intrigas a parte, o fato é que não vale a pena. Ou pelo menos não deveria, não deveria mesmo. E aí me lembro que sábado estava numa festinha engraçada, ao lado de gente que eu adoro. Em uma festinha que eu só fui pra ver alguém que adoro, que sinto que deveria devotar mais tempo para adorá-lo ainda mais. Levei um bando de gente encantadora comigo. Uma delas eu encontro pouquíssimo e quando encontro fico sem jeito e com uma felicidadezinha tímida. E por vários momentos olhava pra ela, tentava dizer isso, lembrava da outra, me dava tristeza e perdia a energia. Não me parece justo e simplesmente não sei o que fazer.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Eu entendo tanto de me fuder que acho que não sei viver de outra forma.

Aflitos

Estou subindo a Ladeira dos Aflitos sozinha de mini saia branca e camiseta preta. A camiseta é uma antiga da alcinha que eu comprei na c&a, a saia eu não conheço. Passo por uma garagem, do lado direito da rua, e de lá sai uma família. Uma mulher e dois filhos pequenos, uma de uns sete e um de dez. Começam a me pedir dinheiro daquela maneira melancólica e cadenciada como sempre. Continuo andando e digo que não tenho (acho que era verdade). Quando passo pela mulher ela me aperta forte da cintura até o final da saia, pelos lados, como se estivesse me revistando ou me dando um passe. Desvio assustada e paro bem em frente ao filho dela. Ela é branco, gordinho, de cabelos castanho escuro cacheado, óculos fundo de garrafa e no pescoço tem uma daquelas máscaras de tecido que os médicos usam pra fazer cirurgia, nao sei porque mas na hora penso que ele faz hemodiálise e sinto nojo. Ele continua pedindo dinheiro só que olhando pra minha blusa. Ela cai e eu não consigo levantá-la, fico na dúvida, mas acho que a mãe dele imobilizou meus braços. Ele se aproxima, se aproxima e quando tenta colocar sua boca no meu seio direito eu grito e acordo assustada. Já sonhei duas vezes.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Pousada

Pescoço minúsculo, cabelo de cuia, macaquinho colado, um exímio motorista de velotrol, olha sempre de lado com a mamadeira na boca.

Mercado

Só pode ser sua maldita tendência para engordar. Gosta de saladas e há mais de dois anos só come carne frita no azeite de olívia.

quinta-feira, setembro 07, 2006

quarta-feira, setembro 06, 2006

tic, tac, tic, tac, tic, tac. saco.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Opiniões de todos os lados e eu ao menos sei onde sou, ops, estou. O que ultimamente dá no mesmo. Me sinto de olhos vendados no meio do nada. Gostava mais de quando me sentia esperta ou vítima. A melhor definição de mim mesma é medo. Só isso. Medo de que? Sei não. Só um medo que tem me feito chorar todas as noites. Queria ao menos saber o que esperar, de onde esperar. Caralho, não dá pra tirar férias de mim mesma?
Sabe o que gostaria nesse momento? De carinho. Não sei se me faria bem, mas é isso que eu queria. Falo até no pretérito de tão impossível que é. De mim só querem atitudes e simpatia.