Chegou em um cubículo cheio de rostos com vincos, corpos suados e cansados. Viu de longe o homem que deveria falar. Ele não tinha alguns dedos, os olhos muito azuis e só se comunicava sussurrando nos ouvidos de duas mulheres com nomes inventados. Elas sorriam gentilmente todo o tempo, mesmo enquanto falavam.
Esperava pensando nas moscas malditas, no barulho monótono do ventilador e também em quebrar aquele ciclo, pular o balcão, gritar bem na cara dele, apertar sua mão deformada, rir dos nomes inventados, dançar no meio da sala e acariciar a barriga pontuda da grávida ao lado.
Depois de longos minutos foi encaminhada para uma sala fria. Era a primeira vez que entrava numa sala fria e sem moscas. Indicaram-lhe uma cadeira entre o homem dos olhos azuis e um careca nervoso. Eles falaram alternadamente durante longos segundos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário