sexta-feira, dezembro 29, 2006

Comunicado*

Dia 28 de dezembro, solitária em horário incerto da noite serrapretense, envolvida por um sentimento rebeldia e rara coragem, decidi gostar de azeitonas.

* é mentira.

segunda-feira, dezembro 25, 2006



Poderia falar sobre o meu dia irretocável ou sobre os filmes que vi nesse feriado, mas vou sucumbir ao meu momento menininha e postar uma foto de Joaquin Phoenix. =)

sábado, dezembro 23, 2006

Ontem estava doente, faminta, sozinha e com uma enorme mochila nas costas em pleno Iguatemi lotado. Peguei uma bandeja e fui procurar um lugar vago enquanto o refrigerante molhava a comida e eu me sentia pior a cada segundo. Finalmente vi um cantinho e, tendo o cuidado e não importunar ninguém com meus trambolhos, fui em sua direção. A um metro do lugar, percebi que um cara corria com um milk shake na mão e, como numa dança das cadeiras, sentou bem no meu lugar. Ele sequer olhou para trás ou demonstrou qualquer constrangimento. Dei a volta desejando que ele morresse ali mesmo, porque ele ia se engasgar, iam chamar o SAMU e a ambulância não conseguiria chegar a tempo, já que milhares de espertinhos estariam dirigindo carros espertinhos impedindo o trânsito.
Fiquei pensando em todas as inúmeras vezes que isso acontece comigo. O que há em mim que faz as pessoas acharem que podem me machucar? Deve ser esse maldito jeito de meiga. Mas como mudar se eu sequer sei qual o problema?

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Trechinho de uns dos meus filmes prediletos

Se não fosse meu o segredo de teu corpo, eu gritaria pra todo mundo. De teus cabelos, sob os quais faz noite escura, de tua boca, que é um poço, com um berço no fundo, onde nasci. De teus dedos, longos como gritos. Teu corpo, para conhecê-lo é preciso muita convivência... Teu sexo é um rio, onde navego meu barco aos ventos de sete paixões. E tua alma. Teu corpo é tua alma. (Domingos Oliveira para Leila Diniz : Todas as mulheres do mundo, seqüência do Quitandinha, 66, retirado daqui)

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Fundo do baú


São Lázaro depois de uma greve.

domingo, dezembro 10, 2006

O plebeu



Sei que sou pobre
Contigo não posso casar
Oh! Meu amor
Mas chorarei de alegria
Quando alguém lhe levar ao altar
Oh! Meu amor
Nunca me esqueças
Pois nós seriamos felizes
Se não fosse a minha pobreza
Eu sei e você sabe
Que isso não importa
Mas existe alguém
Que do nosso amor não gosta
Você é uma princesa
E eu sou um plebeu
Oh! Meu amor
O último será o primeiro
E o último sou eu
Eu só e mais ninguém
O último sou eu
(Jorge Ben)

sábado, dezembro 09, 2006

- O judeu da Babilônia me contou uma coisa naquele dia que não esquecerei até a hora da morte.
Levi Yitzchock retirou os óculos.
- Que foi que ele contou?
- No momento em que a Luz Infinita minguou e enfraqueceu, a Criação teve início, a insanidade nasceu. Os demônios são todos loucos. Mesmo os anjos não são inteiramente sãos. O mundo da matéria e dos feitos é um hospício.
- E as pedras? - perguntou Zalman, o vidraceiro.
Meir, o eunuco, deu uma risada e começou numa voz masculina que terminou em falsete feminino:
- É uma boa pergunta. À exceção de Deus e das pedras, todo resto é louco.
(Histórias ao pé do fogão, Isaac Bashevis)

quinta-feira, dezembro 07, 2006

A cidade estava estranha. Uma incrível nuvem pairava sobre tudo e dava as conversas um tom de intriga. Olhares que lembravam traição davam-lhe medo.
Ganhou uma flor de um louco. Homem que insistia em insinuar que algum mal faria.
Seu anel ficou negro sem motivo, a flor murchou, teve crises de sonambulismo enquanto ouvia uma multidão gritar extasiada lá fora.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Sonho

Personagens: mulher parecida com a mãe de Adriano, cabelo preso no alto como um coque, óculos tipo gatinha branco, conjunto vermelho. Está sentada no chão um pouco fora de foco; menina de aproximadamente oito anos deitada numa almofada, extremamente magra, acho que com um soro no braço, aparência frágil (como que doente) no primeiro plano; eu como expectadora, não sou vista na cena.

Mulher: Qual os sete inskins do ser humano.
Eu: Os sete o que? Sonho é engraçado, tem palavras que eu não entendo!
Mulher: Psiu!
Menina: Passo.
Mulher: Na Boêmia não se pode traduzir a palavra pum.
Menina: Verdadeiro.
Mulher concorda.
Eu: Que coisas estranhas saem de minha cabeça quando durmo! De onde tirei isso? Boêmia?!? Pum?!? Espera que vou ter que acordar pra anotar. Vocês me esperam?
Mulher: Deixa eu terminar, você vai lembrar.

(a teimosa aqui não esperou)

domingo, dezembro 03, 2006


Depois de ser ofendida sem motivo aparente, como sempre muito elegante, ela pediu que a outra colocasse o pé direito na coxa esquerda e ao mesmo tempo levantasse os braços, cruzasse as mãos bem no alto e ficasse assim, no meio de todos, durante alguns segundos:
- Pronto, seu castigo foi ficar nessa ridícula posição.

sábado, dezembro 02, 2006

Diálogo do dia

- Esse ano não fui no aniversário dele, só no ano passado. Achei tão estranho! Ele, além de receber, dava presentes!
- Tia, é porque era Natal.
Se mais alguém me chamar de gorda eu bato.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Como no fim de uma novela, ela parecia ter chegado onde sempre sonhou. Tinha uma analista famosa, óculos de aros grossos, uma farta barriga e certa influência.