quarta-feira, outubro 05, 2005
Danae, Gustav Klimt, 1907
Filha de Acrísio, rei de Argos, e de Eurídice. Seu pai, impressionado com a falta de um herdeiro varão que lhe assegurasse a descendência do trono, foi consultar o oráculo. O deus respondeu-lhe que a sua filha lhe daria um neto, em cujas mãos ele viria a morrer. Apavorado diante dessa negra predição, Acrísio pretendeu impedir que Danae fosse mãe; e, para isso, mandou encerrá-la em um sólido subterrâneo, de paredes revestidas de bronze, guardado por diligentes sentinelas. Mas o destino zombou de todas essas precauções: Júpiter transformou-se em chuva de ouro que, penetrando no solo, se infiltrou pelas paredes do subterrâneo, vindo a gotejar no níveo seio da virgem prisioneira. Dessas gotas divinas e fecundantes, veio à luz Perseu. Acrísio, ao ter conhecimento do fato, mandou expor mãe e filho no mar, em uma frágil embarcação, mas as ondas os arremessaram à ilha de Sérifos onde, encontrados por pescadores, foram levados à presença do rei Polidetes, que os acolheu e, mais tarde, querendo desposar Danae, e receando oposição por parte de Perseu, pretendeu eliminá-lo, para que o mandou cortar a cabeça de Medusa, que tinha a virtude de petrificar a todo aquele que recebesse a luz de seus olhos. Perseu, protegido por Minerva, saiu-se bem da arriscada empresa, após o que retornou à Argos. Aí tendo chegado no momento em que celebravam jogos em honra do pai, tomou parte da diversão; mas, com tanta infelicidade, que o disco por ele lançado foi vitimar seu avô, que ali se achava entre os espectadores. A predição do oráculo acabava de realizar-se. Danae, é nesta fábula, a personificação do solo fertilizado pelas chuvas do deus-céu.
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